Acidente mata 11 passageiros de van na BR-381, no Leste de MG

Veículo clandestino teria invadido contramão e bateu de frente com ônibus, em Periquito, no Vale do Rio Doce

Ana Lúcia Gonçalves - Da Sucursal - Jornal Hoje em Dia Belo Horizonte 28/10/2009 13:29

LEONARDO MORAIS

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LEONARDO MORAIS

          PERIQUITO – Chuva, alta velocidade e ultrapassagem em local proibido: uma curva perigosa. Essa foi a mistura, segundo a PRF, que provocou um acidente entre uma van e um ônibus da Viação Saturno, que seguiam em sentido contrário e bateram de frente, no Km 195 da BR-381, em Periquito, no Vale do Rio Doce, no final da manhã desta quarta-feira (28), deixando 11 mortos e oito feridos.

Todos os mortos estavam na van que, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), teria invadido a contramão. A van fazia o transporte clandestino de passageiros na rota Paraíba/São Paulo.

Passava pouco das 11 horas, quando a van, placa HFD-4452, de São Paulo, que havia saído de Teixeira (PB), às 7 horas de terça-feira, com 15 passageiros, e seguia rumo à capital paulista, e o ônibus da Viação Saturno, placa MQA-7731, que havia saído de São Paulo com destino a Barra de São Francisco (ES), chocaram-se.

Preso às ferragens pelas pernas por mais de duas horas, o motorista do ônibus, Elton John Schueng, 32 anos, contou aos policiais rodoviários, durante seu resgate, que a van surgiu na curva tentando ultrapassar um carro de passeio e invadiu a contramão em alta velocidade, batendo no ônibus e capotando em seguida. Chovia na hora do desastre.

Ele ainda contou que tentou jogar o ônibus para o acostamento e bateu em um barranco. Schueng, o motorista reserva Anderson Petarli Sebin e um passageiro não identificado até a tarde de ontem ficaram presos às ferragens e estão entre os pacientes graves, internados no Pronto-Socorro do Hospital Municipal de Governador Valadares, para onde outros cinco feridos foram levados.

A mulher de Schueng, a auxiliar de laboratório Vera Lúcia Vieira, 31 anos, acredita que saiu ilesa por milagre. “Foi tudo muito rápido. Me lembro da van vindo em nossa direção e do Elton tentando tirar o ônibus”.


Na van, que parou com as quatro rodas para cima e ficou completamente destruída, o cenário era desolador. Sobreviventes gritavam por socorro em meio a corpos mutilados e bagagens espalhadas. O motorista da van, que chegou a receber os primeiros-socorros no local do acidente e conversar com bombeiros do resgate, morreu pouco antes de ser retirado das ferragens. Ele foi prensado pelo volante e sofreu hemorragia interna. Nove dos 11 passageiros da van morreram no local e outros dois no  Pronto-Socorro.

A identificação dos mortos e feridos varou a tarde, mas nenhuma lista oficial foi divulgada. O secretário de Planejamento da Prefeitura de Teixeira, José Leudo Farias, tentava, por telefone, auxiliar na identificação. Segundo ele, os governos da Paraíba e de Minas Gerais seriam acionados pela prefeitura para auxiliar no traslado dos corpos e feridos.

Todos os ocupantes da van, que teria saído da cidade com lotação máxima, 15 passageiros, seriam moradores da zona rural da cidade de Teixeira.Ainda de acordo com ele, o motorista da van, que ele identificou apenas como “Sia”, é de Teixeira, mas mora em São Paulo. “Ele fazia o transporte clandestino de passageiros nesta rota regularmente e há vários anos”, informou.